sábado, 18 de setembro de 2010

Casa Branca condena pastor que pretende queimar Alcorão







O anúncio de que uma pequena igreja cristã americana pretendia queimar exemplares do Alcorão para marcar o aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001, no dia 11 de setembro de 2010, gerou protestos em países de maioria muçulmana e de autoridades dos EUA.





Em entrevista à ABC, o comandante das forças da Otan no Afeganistão, general David Petraeus, afirmou que o ato pode colocar em risco a vida de soldados norte-americanos no país.

"Nós estamos muito preocupados com as implicações de uma possível queima do Alcorão nos EUA. Isto muito provavelmente coloca nossos soldados em risco"

Petraeus, disse ainda que a queima dos livros poderia ser usada por extremistas para incitar atos de violência contra militares e civis.


Também na terça-feira (7/9), o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que qualquer atividade que possa ameaçar os soldados dos Estados Unidos será uma preocupação para o governo norte-americano.

Nos últimos dias, também foram registradas manifestações na Indonésia e no Afeganistão contra as intenções da igreja Dove World Outreach Center de queimar exemplares do Alcorão.



'Mensagem'

Após as declarações, o pastor Terry Jones afirmou, por meio de um comunicado, entender as críticas, mas disse manter os planos de queimar exemplares do livro sagrado dos muçulmanos no próximo sábado.

"Nós entendemos as preocupações do general (Petraeus), temos certeza de que elas são legítimas. Mesmo assim, sentimos que é hora de os EUA deixarem de pedir desculpas por suas ações. Nós devemos enviar uma mensagem clara para os elementos radicais do Islã: Nós não seremos mais controlados e dominados por seus medos e ameaças. É hora de a América voltar a ser a América".

A nova polêmica surge em um momento em que um projeto de construção de uma mesquita próxima ao local onde ficavam as Torres Gêmeas, em Nova York, vem causando protestos nos EUA.

Em sua página na internet, a igreja liderada por Jones, que tem cerca de 50 fiéis, traz um texto intitulado "Dez razões para queimar um Alcorão", no qual compara o islamismo ao nazismo e ao comunismo. No site também é possível comprar exemplares do livro Islam is of the Devil "O Islã é do Demônio" (em tradução livre), escrito por Jones, assim como camisetas e canecas com a frase.

Em comentário na rede americana de televisão CNN, em 7 de setembro, o pastor disse saber que a ação ofenderá muçulmanos em geral, mas que "a mensagem que estão tentando enviar para a parte radical do Islã é mais importante".
Segundo Jones, a ação pretende mostrar que os americanos não irão tolerar a "imposição das leis muçulmanas" nos EUA.

Fonte: BBC Brasil

Depois de mobilizar o Pentágono, a Interpol e o Departamento de Estado Americano e de receber a condenação de líderes mundiais e das nações unidas, Terry Jones diz ter desistido de queimar o Alcorão como protesto. Mesmo assim, o pastor disse ter conseguido alcançar o objetivo dele, de interromper a construção de uma mesquita próxima ao local do Marco Zero (local onde estavam construídas as torres gêmeas). O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conta que queimar o livro sagrado dos muçulmanos poderia contribuir com o recrutamento de terroristas e colocar em risco tropas e cidadãos americanos no exterior.

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